Influenciada, confesso, por alguns artigos que convenientemente me têm chegado à caixa de email, decidi que estava na hora de lhe dar uma mesada. E pensei em 5€. Não é uma fortuna, é certo, mas parece-me uma boa quantia para levá-lo a refletir sobre as finanças pessoais e a ginástica da poupança.

Assim foi. Informei-o da situação e dei-lhe a nota.

– Dinheiro? Vais-me dar dinheiro? – perguntou, com os olhos brilhantes colados na nota que segurava na mão.
– Sim. A partir de agora passas a ter 5€ de mesada.
– Viva! Estou rico! – e correu pela casa, saltitante e repleto de uma felicidade que, tal como começou, também depressa acabou.
– Espera – disse ele. – Isso significa que amanhã me vais dar outra nota de 5€?
– Não. – E calmamente expliquei o conceito de mesada.

Ele arregalou os olhos, suspirou e disse:
– Só 5€?
– Mas para que queres tu mais dinheiro? E podes sempre juntar para comprar o que quiseres.
– Juntar? 5€? Nunca mais consigo comprar nada. Obrigada, mas afinal já não vou ficar rico. – disse, abanando a cabeça e encolhendo os ombros.